quarta-feira, agosto 30, 2006

Tempo





Desculpa mas...
O tempo não pára.
E eu... não posso esperar mais.

segunda-feira, agosto 28, 2006

Sonhando na escuridão

Aqui vai um dos meus primeiros textos, escrito há tantos anos atrás, naquele caderno azul que um dia teve o teu perfume.

Instantes de amor

Deitas-te.
Sentes as carícias, os beijos,
o teu corpo a unir-se.
Num beijo quente
o teu coração explode,
os teus olhos têm o brilho das chamas,
o fogo apoderou-se do teu corpo...
vai alimentando a tua alma.
Sentes que não estás sozinha.
O amor ocupa lugar na tua vida.
Sentes calor, mais uma ternura,
um beijo, um abraço...
Numa fracção de segundo,
olhas pela janela...
O que vês?
O olhar ternurento da Lua,
que te olha com amizade...
Sorris. Sorrio contigo.
E... nesses instantes de amor
toda a tua pele tem alma...

sexta-feira, agosto 18, 2006

Chuva

Ali estava ele.
Completamente encharcado.
Assobiando alegres sons,

tentando afastar com a sua música a chuva que teimava em cair,
molhando os seus olhos, cheios de lágrimas.
Perdera-a.
Perdera a sua amiga, sua companheira, sua amante.
Perdera o seu amor.
Ela não estava mais na sua vida portanto…
Ele perdera a sua razão de viver.
No chão as gotas de chuva
(ou seriam as lágrimas)
ganhavam outra cor…
A transparência de cada gota de água perdia-se num tom vermelho flamejante.
Bailavam as cores juntas, misturando-se até serem uma só,
num espectáculo único, repetido por tantas gotas.
Mas só ali. Junto dele.
Pingavam das suas mãos as pequenas chamas vermelhas,

enquanto a chuva escorria pelo seu corpo.
Os seus pulsos eram a fonte da nova cor

que brotava de finas linhas na sua pele.
Uma lâmina no chão, banhada pela água vermelha,
mostrava o soturno destino que tivera quando seca.
Mostrava o triste destino daquele homem.
Que morria à chuva.
Morria devagarinho.
Enquanto assobiava alegres notas de música…
E por ela chorava...


Chorava lágrimas de sangue.

terça-feira, agosto 15, 2006

Tropeçar...

Um dia vulgar.
Uma tarde de sol como outra qualquer.
Estava a caminho de casa, andando pelo jardim à frente da Câmara Municipal.
Olhava distraida para as pessoas, para as árvores (tão velhinhas), para os edificios.. para tudo à minha volta.
Pensava.. Pensava...
Não sei em que pensava...
Tentava não pensar em ti.
Um dia... - disse eu.
E antes que pudesse terminar a frase, um rapaz à minha frente que se divertia a andar de patins pelo jardim, cai sobre a sua colega de aventuras e patinagens.
Observo-os enquanto, a sorrir, sacodem dos seus cabelos os restos de pó daquele jardim.
Não consigo esconder um sorriso enquanto passo por eles... Queria ter aquela idade outra vez.
Voltei a pensar em ti.
Em todos os sorrisos inocentes que me fizeram sonhar.
Em todas as lágrimas geladas e silenciosas que deslizaram pela minha face.
Em todos os toques (mesmo os acidentais) que me queimavam a pele de desejo.
Em todas as horas que teimavam em não passar até poder estar contigo.. mesmo que só por um minuto.

Um dia - continuei - Um dia tropeço em ti. Ou tu tropeças em mim... Seja como for, caímos.

Muito tempo passou desde esta tarde de sol.
Engraçado que acabámos por tropeçar... um no outro.
Já não penso em ti. Mas marcaste a minha vida.
Da mesma maneira que esta tinta marca a folha de papel.
Tinta que não desaparece. Nunca.
Hold me again.
Kiss... Kiss me again.
Just like when we were kids.

Patinando.. nas estrelas.
Tentando não tropeçar...